sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Como Surgiu o “Homo Sapiens”?



Se analisarmos detalhadamente o mito Sumério, sobre “o nascimento do Homem”, chegamos à conclusão de que os “deuses” descritos no mito não eram nem omniscientes, nem omnipotentes, e nem sequer eram entes perfeitos. E, tanto mais que há fortes indícios de que os senhores cósmicos tiveram como motivo primordial para criarem a humanidade, apenas a obtenção de mão-de-obra barata e eficiente para os seus empreendimentos na Terra. Esta convicção toma ainda mais força, quando traduzimos das placas com escrita cuneiforme, que os “deuses menores” tinham a seu cargo todo o trabalho da criação, e que os “deuses maiores” trabalhavam muito menos do que aqueles “deuses”, dado que literalmente o poema nos diz: que “Quando os deuses agiam como Homens, eles faziam todo o trabalho, e muito trabalhavam. Pois o trabalho era muito, e grande era o esforço, dado que os deuses do céu, os Anunaki, faziam os Igigi, os “deuses” mais jovens da Terra, carregar uma carga sete vezes maior”. Ora esta discrepância de trabalho, na certa que gerou descontentamento e revolta. Pelo que se tornou urgente a substituição da mão-de-obra.

Assim, o emprego da manipulação genética nos homídeos, torna-se mais evidente. Na verdade, só poderia ter sido pelos ventos da revolta que o “deus” Marduque, filho de Enki, protector dos Homens, se propôs a criar um ser que faria o serviço dos deuses, enquanto aqueles repousassem, como conta o mito sumério. Aliás, o mito refere claramente a manipulação genética, quando se refere que a criação de tal criatura exigia sangue. Pelo que Quingu, um “deus” que havia sido feito prisioneiro numa das muitas batalhas divinas, fora para aquele fim sacrificado. O que é ainda mais surpreendente, é que o mito também nos diz, que os deuses podiam ser purificados por imersão, e, Nintu deveria então misturar a argila com a carne e com o sangue daquele deus. Então, Homem e “deus” iriam existir juntos na argila. O mito diz-nos também que Marduque vaticinou, que o rufar dos tambores (ou seja, o pulsar do Universo) fosse ouvido para sempre, que o espírito viesse a existir a partir da carne do “deus”, e que a “deusa” proclamasse aquele ser como um símbolo vivo dela mesma. Por isso, Marduque solicitou à deusa, que aquela ensinasse o ser que derivasse daquela grande dádiva, quais tinham sido as suas origens, a fim de que aquele sacrifício não fosse esquecido.

Na verdade, esta é uma das mais impressionantes passagens da literatura Suméria. E, sem querer penetrar nas profundezas da mitologia daquela civilização, por ser muito vasta e muito complexa, gostaria no entanto de salientar, que a criação do “espírito/fantasma" a partir do transplante do “deus” sacrificado, para além de conceder transcendência à argila que fora moldada por Nintu, ajudante de Enki, conferiu também aos Homens e às Mulheres criadas a partir da argila, a imortalidade do seu espírito.

Portanto, segundo a mitologia da Suméria, os Homens e as Mulheres foram criados como seres físicos, a partir da argila da Terra e do sangue dos “deuses cosmonautas”, e desde a sua criação, os Homens passaram também a ser detentores de um espírito imperecível e imortal, a fim de servirem com inteligência, tanto os deuses cosmonautas, como os seus irmãos e suas irmãs da criação. Aliás, na génese Bíblica, Eva também fora criada a partir de uma costela retirada a Adão, o qual, também havia sido moldado e criado a partir da argila da Terra. Assim, também neste relato Bíblico, parece testemunhar a existência de métodos de manipulação genética para a criação da humanidade.

Para fortalecer a tese de que houve manipulação genética para a criação do Homem, refiro ainda o Épico de Gilgamesh, o qual nos relata, que este meio homem meio deus “fora levado por Ur-Shanabi até ao local da purificação e que aquela lhe estendeu um vaso com água, para que o rei de Uruk pudesse lavar os seus cabelos sujos. E que de seguida, aquele deitara fora as roupas de pele que lhe cingiam o corpo, e o mar as levou para bem longe. Então, Gilgamesh lavou o seu corpo, até o sentir limpo e puro. Depois, colocou um novo diadema sobre os seus cabelos. Vestiu um robe como sinal de orgulho até chegar a Uruk. E as suas vestes ao longo da jornada de volta, não perderam a cor e permaneceram completamente novas”. Ora, podemos retirar deste relato que Gilgamesh, rei de Uruk, abandonara o traje dos homonídeos, que até então envergava, para adoptar o traje dos deuses, muito provavelmente porque já se considerava um deus, pois por eles lhe Dora dada a luz.

Em suma, quase todas as mitologias das ancestrais civilizações nos contam que os deuses eram seres fisicamente semelhantes ao Homem, e que possuíam uma inteligência e uma tecnologia muito evoluída. No entanto, estas mitologias também nos contam, que o Homem era para os “deuses” um ente inferior. Fosse ele digno, ou não, da sua protecção. E, como aqueles “deuses” possuíam um poder absoluto de vida e de morte sobre os seres humanos, os povos ancestrais, que caíram sob o seu jugo e sob o seu domínio, foram para estas divindades meros escravos, e indefesas cobaias para a sua ávida curiosidade científica. Pelos relatos que as ancestrais civilizações nos deixaram, para os “deuses” o Homem também foi um animal de estimação, com a única finalidade de os divertir e de os distrair. Aliás, Homero sintetiza na sua obra literária, “A Ilíada”, o grande desprezo que as divindades tinham para com o Homem, pois aquele escreve... “os que se chamam na linguagem dos homens animais racionais e na língua dos deuses bichos de pé...”

Assim, exactamente como se passa hoje com os Homens, onde encontramos idealistas que se revoltam contra os seus por estes causarem sofrimento aos animais, e não respeitarem os seus direitos, também na história divina existiu quem lutasse pelos direitos do Homem primitivo contra a crueldade e sofrimento causado ao Homem. Razões, porque alguns “deuses” passaram à posteridade como protectores e defensores do Homem, e outros foram por estes catalogados como demónios, apesar de no início da humanidade, terem sido adorados por estes.

Sem comentários: