sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O UNIVERSO E A SUA RELAÇÃO ESOTÉRICA

Citando Hermes o Trimegisto (2.700 a. C):
"Sob as aparências de Universo, de Tempo, de Espaço e de Mobilidade está sempre encoberta a Realidade Substancial - a Verdade Fundamental."

Em face do estudo que foi feito sobre a “Estrutura do Universo”, ficámos com a suspeita de que há mais coisas no céu e na Terra do que aquelas que sonhamos, ou que podemos vir a sonhar com o auxilio das nossas filosofias. E, tanto mais, que a visão que a ciência hoje nos transmite sobre a insignificância do planeta Terra, face a um universo virtualmente infinito, alimenta-nos pensamentos angustiantes sobre qual é o nosso lugar nesse vasto universo, em que somos positivamente um mero grão de areia.

Na verdade, esta é a mais dificil das lições que os humanos têm que aprender. No universo as coisas não são boas nem são más, nem cruéis ou simpáticas, são simplesmente, insensíveis-indiferentes a todo o sofrimento e, estão desprovidas de qualquer intensão. Pelo que o homem sabe finalmente que está só na indiferente imensidão do universo de onde um dia emergiu, pelo que somente através da sua sabedoria, da sua força e do Bem querer, poderá um dia vir a ser cósmico e eterno, tais como deuses vivos, porque num futuro longínquo terá nas suas mãos as chaves da criação e da vida eterna.

Mas, será mesmo assim? Não haverá uma força divina a reger todo o universo? Ora vejamos: através da sabedoria que o homem tem do cósmos, reconhece que a substância é aquilo que se oculta debaixo de todas as manifestações exteriores e que a essência, é a realidade essencial. Que o substancial é aquilo que existe actualmente, aliás, é o elemento essencial, que é real. Pelo que a realidade é o estado real, verdadeiro, permanente, duradouro e actual de um Ente. Pelo que o Todo é mental, logo todo o Universo também é Mental.

Em face desta reflexão, aquele que compreender a Verdade da Natureza Mental do Universo, estará avançado no Caminho do Domínio. Se todo o Universo é Mental, somente quando o Homem dominar a sua própria Mente e, a colocar em sintonia com a Mente Universal, terá o domínio da Verdade e nessa altura será um deus em potência.

Assim, o Todo é Espírito, é incognoscível e indefinível em si mesmo, considerado como uma Mente Vivente Infinita e Universal. É o elo que liga todo o Universo e o transforma numa Criação Mental do Todo, sujeito às Leis das Coisas Criadas, e tem a sua existência na Mente do Todo, em cuja Mente vivemos e temos a nossa existência.

O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima. Na lei de Hermes, este é o Princípio da Correspondência e nele está estabelecido que no Microcosmo assim como no Macrocosmo, segue o seu destino, pelo que o nosso corpo não é mais do que um reflexo das manifestações do Universo, como provam os átomos, que tanto no Micro como no Macro, reagem do mesmo modo. Na verdade as reações astrais são as mesmas do nosso corpo interior, uma vez que têem os mesmos átomos e, os mesmos movimentos. Aliás, quando o homem bebe uma gota de água, ele sabe que está a beber o próprio universo, pois a molécula da água, o H2O, reune no seu seio o hidrogénio, que não é mais do que um vestigio da explosão inicial ou o Big Bang, e o oxigénio, não é mais do que o gas produzido na fornalha das estrelas e por estas exalado. Por outro lado, ainda é do conhecimento humano, que as estrelas não são mais do que as mães dos átomos de que somos construidos, esses átomos que constituem as espécies mortais e pensantes que admiram o Sol como um deus, ou como um pai.

Na verdade, este princípio contém a Verdade, ao estabelecer que existe uma correspondência entre as leis e os fenómenos dos diversos planos da Existência e da Vida. Pelo que este Princípio é de aplicação e manifestação Universal nos diversos planos do Universo material, mental e espiritual. Aliás, o Princípio da Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente do Conhecido ao Desconhecido.

Todavia, é através desse desconhecido, que pelo facto de estarmos a ser engolidos pela eternidade do antes e do depois, nos vemos mergulhados na infinita imensidade do que ignoramos, pelo que nos espantamos de estar aqui, em vez de estarmos algures. Porquê agora em vez de antes? Quem nos pôs aqui? Por ordem de quêm e em que direcção nos foi este lugar e tempo atribuido?

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