sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A Esfinge e a Evolução Humana

Ao longo dos tempos, muitos historiadores foram buscar nos ensinamentos do Antigo Egipto, os alicerces para as suas teses e para os seus saberes. Até mesmo os grandes filósofos Gregos não foram excepção, uma vez que também eles foram buscar no antigo Egipto as fontes do seu conhecimento. Porém, o que mais tem intrigado os investigadores de todos os tempos, para além dos maravilhosos segredos das três grandes pirâmides de Gisé, é certamente o enigma que transpira da esfinge.

A esfinge, é um grandioso monumento de pedra talhada, que repousa à milénios ao lado da pirâmide de Queóps em Gisé. Um colosso de pedra branca, formado por quatro patas de touro, por um corpo de leão, por duas asas de águia e por um rosto humano. Composição, que representa os quatro padrões simbólicos, que o mundo antigo proclamava para além de outros significados, ser a evolução da alma, e o seu progresso desde o estádio de besta selvagem passional, a um estádio, que embora ainda sensual e animal, era dócil e disciplinado, e deste para o estádio de racionalidade humana, que por fim culminaria na espiritualidade sublime.

A própria palavra “esfinge”, que é de origem grega, significa na sua origem, “animal fabuloso”. E de facto tão fabuloso é este monumento, que mais parece ter sido construído por inteligentes seres de um outro mundo, de uma outra galáxia, de uma outra dimensão ou quiçá, construído pelo próprio Homem, mas dotado de total inspiração divina, como que para anunciar às suas gerações, que quem assistiu ao inicio da era humana, não verá o seu final; e quem estiver no final, por certo, só imaginará como foi o seu começo. É de facto espantosa a simbiose entre a concepção simbólica desta grande construção e a evolução humana através das eras. Por isso, vamos tentar descodificar o significado da sua representação simbólica e a sua mensagem eterna.

Descodificação da Representação das Patas de Touro

Num tempo remoto do desenvolvimento do Homem, podemos considerar que este dependia essencialmente da Terra, tanto para a caça, como para o seu cultivo, para que desse modo pudesse produzir os seus alimentos, e recursos indispensáveis à sua sobrevivência. Assim, por necessitar da Terra para a sua insaciável busca de recursos, o Homem no início da sua evolução, precisou de conquistar territórios onde estes fossem abundantes para poder sobreviver.

Portanto, o poder nesse remoto e arqueológico tempo, estava com os que dominavam a arte da guerra, nomeadamente, as técnicas de combate “corpo a corpo”. Pelo que através do exímio domínio desta arte marcial, os campeões transformavam-se em semi-deuses e dispunham de grandes impérios territoriais.

Sem dúvida, que o touro é o animal que mais se identifica com a Terra e com a força bruta. Todos nós conhecemos lendárias figuras daquela época, que ficaram famosas pela sua desmesurada força física, como foi a lendária figura de Hércules ou a de Ursus em Quovadis. Foi preciso o aparecimento de Moisés, para que o início de uma nova era surgisse. Aliás, foi necessário que este combatesse a adoração que então se fazia ao boi ápis, símbolo da devoção da humanidade daquele período aos valores terrenos, para que a nova era definitivamente triunfasse.

Em suma, esta primeira era evolutiva da humanidade, correspondeu ao elemento Terra, ao corpo físico, à força física e à necessidade de grandes extensões de terra.

Descodificação da Representação do Corpo de Leão

Com os ensinamentos de Jesus, uma significativa parte da humanidade conseguiu afastar-se das crenças antigas, e evoluir para a era dos peixes, ou para o elemento água. Pois, os primeiros cristãos tinham como símbolo a figura do peixe, aliás símbolo que veio a caracterizar esta era. Mas, esses mesmos cristãos hostilizaram a sociedade romana de então, com os seus princípios e com os seus costumes muito diferentes daquela sociedade, nomeadamente, quando recusavam considerar como seu deus o imperador romano. Na verdade, foi o antagonismo entre estas duas culturas, que fez com que os romanos dessem ouvidos aos boatos de que os cristãos dominavam os “seus leões”, os quais, não passavam de analogias simbólicas às emoções violentas, e ao destempero das atitudes derivadas da fúria e da violência não controlada, e acabaram por importar da obscura África verdadeiros leões, para demonstrarem ao seu povo, que os cristãos não passavam de Homens mentirosos e que o seu Deus não tinha qualquer poder para os defender dos leões, que por isso os iriam devorar nos circos romanos.

Por outro lado, o nosso livro sagrado, a Bíblia, relata-nos que Jesus caminhou sobre as águas para mostrar que era mestre das emoções. Através daquela divina caminhada, Jesus chamou a atenção dos Homens para o Amor e para a Caridade.

Pelo que o poder nesta era, passou para as Nações que desenvolveram e apuraram as técnicas náuticas. E, as Nações que aprimoraram estas técnicas, construíram impérios, com a anexação de territórios que se estenderam para além-mar.

Em suma, nesta era, o Homem para além de dominar o elemento água, soube também dominar as suas emoções.

Descodificação da Representação das Asas de Águia

Nos nossos dias, a humanidade passou a desafiar o elemento Ar, e tudo sobre este elemento está a ser presentemente escrito com o verbo no tempo do presente, como é o caso do actual conflito no Afeganistão ou do Iraque, em que se trava uma luta desigual, entre o Homem senhor dos céus e do cosmos e o Homem senhor das profundas cavernas e das infinitas areias. E com este contemporâneo exemplo, é fácil de explicar, que o poder das nações, se encontra naquelas que dominam o espaço.

Em suma, nesta era, o conhecimento passou a ser mais importante que as emoções, é o tempo do conhecimento, é o tempo do saber.

Descodificação da Representação da Cabeça Humana

Por fim a quarta era, a era do Fogo. A era para a qual o Homem se tem vindo a preparar desde o princípio dos tempos, através do sistemático desenvolvimento do seu espírito e da sua individualidade. Esta é sem dúvida a era humana no sentido mais lato da palavra. Pois, como sabeis, a Bíblia, também nos relata, que enquanto São João baptizou com água, Cristo baptizou com o Fogo do Espírito Santo. E é com o Fogo do Espírito Santo que nesta era, deveremos seguir sozinhos, solitários, mesmo estando em grupo ou até mesmo em multidão. Nesta era, o homem estará no plano absoluto da Harmonia e da Beleza, as quais são o primeiro degrau da espiritualidade. Neste tempo, Deus estará entre os Homens, ou seja, Ele estará em seus corações que é a sua melhor parte, transformando-o em deus em potência e em acção.

Conclusão

O Deus Apólo, da antiga Grécia, ensinou-nos a máxima, “Homem conhece-te a ti mesmo e então conhecerás o universo e os deuses”. Nós, presentemente estamos a conhecer-nos e ao mesmo tempo estamos a conhecer o Universo, só nos falta então, conhecer plenamente Deus para que venhamos a cumprir estes sublimes ensinamentos.

Em suma, a esfinge encerra a história de toda a humanidade, desde o seu início até ao seu derradeiro fim. Ela é como se fosse um marco para lembrar ao Homem que tem uma grande tarefa para cumprir. Ele já aprendeu a harmonizar os três corpos físicos, onde residem os mistérios menores, ou o domínio da vida, que são: a Terra, a Água e o Ar ou: o físico, o Emocional e o Mental. Por último, o Homem terá que saber dominar a sua barbárie, e para isso terá que saber viver na harmonia com Deus e saber apreciar a beleza da Sua obra.

Esta é a razão porque o Homem precisa entender, que se Deus o criou para ser único, não como as abelhas ou as formigas, que são todas iguais, foi para que ele caminhasse sozinho na senda da Harmonia. E para termos a certeza de que somos únicos, basta olharmos para o nosso polegar, e verificar que as impressões digitais nele gravadas são únicas no Universo, e quando olhamos para o espelho, olhos nos olhos, sabemos também que a nossa íris é única no Mundo. Assim, por sermos únicos, a Fraternidade entre os Homens só é possível com a evolução individual de cada um. Assim, por esta razão, mesmo em grupo, nós devemos aprender a respeitar as opiniões alheias à nossa, abandonando a necessidade de convencermos os outros do nosso ponto de vista, pois somos todos diferentes porque Deus assim o quis.

Para que possamos vir a viver na quarta era em total harmonia com a humanidade temos que aceitar as diferenças. Na verdade, esta era ainda parece estar muito distante, uma vez que a maior parte da humanidade ainda caminha em círculos ao redor da estrela da sabedoria, enquanto que somente uma pequena parte compreende, que o único caminho para a essência Divina é o Centro, limitado por duas grandes linhas paralelas; uma representando Moisés, e a outra, o Rei Salomão, ou seja, a Lei e a Sabedoria.

Por conseguinte, este é o segredo da esfinge, marca o princípio e o fim da humanidade.

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